sexta-feira, 11 de maio de 2012

Acompanhantes ecumênicos relatam experiências vividas na Cisjordânia

David Cela Heffel

Buenos Aires, quarta-feira, 9 de maio de 2012 (ALC) - A cada dia, das 4h às 7h, cerca de 3 mil palestinos passam pelo "Checkpoint 300", posto militar entre Belém e Jerusalém, cidades separadas por muro de concreto construído pelo Estado de Israel. Ao todo, existem 62 postos de controle em território palestino ocupado.

Há mais de cem tipos de permissão concedidos pelo Estado de Israel para palestinos que cruzam os postos de controle, desde trabalho, ir a um hospital, visitar familiares ou estudar. O argentino Lars Jacob acompanhou, por três meses, no final de 2011 e início de 2012, crianças e professores que diariamente tinham que cruzar um desses postos de controle militar israelense para estudar numa escola em Hebron. 

"Ainda que pareça mentira, é verdadeiro, também crianças em idade escolar são controladas, pois podem ser 'perigosas'", disse Lars em palestra promovida no sábado, 5, em Buenos Aires, pelo Programa Ecumênico de Acompanhamento na Palestina e Israel (Peapi), do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

Lars, Mariana Maldonado e Gisela Cardozo foram os primeiros três acompanhantes ecumênicos argentinos que integraram o Peapi e estiveram na Cisjordânia em 2011 e 2012. Além do controle nos postos de checagem, essas alunas e alunos sofrem humilhações de parte de colonos israelenses no centro de Hebrón. A política de hostilidade em relação aos palestinos é sistemática e constante, relatou Jacob.

Mariana comentou a lida de camponeses e boias frias que a cada dia precisam cruzar as "portas agrícolas", um eufemismo para posto controlado por soldados israelenses, a fim de chegar a suas terras. Existem 66 dessas "portas agrícolas" na Cisjordânia. 

Entre Israel e a Cisjordânia há um sem-número de postos de controle. São 25 pontos parciais, 490 volantes, 436 obstáculos entre torres de controle, além das portas agrícolas e dos "checkpoints". 

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