quarta-feira, 20 de julho de 2011

Apelo à desobediência. Manifesto de párocos austríacos

A recusa de Roma a uma reforma da Igreja há muito esperada e a
inatividade dos nossos bispos não só nos permitem, mas também nos
obrigam a seguir a nossa consciência e a agir de forma independente.

Nós, padres, queremos estabelecer, no futuro, os seguintes sinais:

1. Rezaremos, no futuro, em todas as Missas, uma oração pela reforma
da Igreja. Levaremos a sério a palavra da Bíblia: pedi e receberei.
Diante de Deus, existe a liberdade de expressão.

2. Não recusaremos, em princípio, a Eucaristia aos fiéis de boa
vontade. Isso é especialmente verdadeiro aos divorciados de segunda
união, aos membros de outras Igrejas cristãs e, em alguns casos,
também aos católicos que abandonaram a Igreja.

3. Evitaremos celebrar, se possível, nos domingos e dias de festa,
mais de uma Missa ou de encarregar padres em viagem ou não residentes.
É melhor uma liturgia da Palavra organizada localmente do que turnês
litúrgicas.

4. No futuro, vamos considerar uma liturgia da Palavra com
distribuição da comunhão como uma "Eucaristia sem padre", e assim nós
a chamaremos. Dessa forma, cumpriremos a nossa obrigação dominical em
tempos de escassez de padres.

5. Rejeitaremos também a proibição da pregar estabelecida para leigos
competentes e qualificados e para professoras de religião.
Especialmente em tempos difíceis, é necessário anunciar a Palavra de
Deus.

6. Comprometer-nos-emos a que cada paróquia tenha o seu próprio
superior: homem ou mulher, casado ou solteiro, de tempo integral ou
parcial. Isso, no entanto, não por meio das fusões de paróquias, mas
sim mediante um novo modelo de padre.

7. Por isso, vamos aproveitar todas as oportunidades para nos
manifestar publicamente em favor da ordenação de mulheres e e de
pessoas casadas. Vemo-los como colegas, e colegas bem-vindos, ao
serviço pastoral.

Além disso, sentimo-nos solidários com aqueles colegas que, por causa
do seu casamento, não podem mais exercer as suas funções, mas também
com aqueles que, apesar de um relacionamento, continuam prestando seu
serviço como padres.

Ambos os grupos, com sua decisão, seguem a sua consciência – como nós
fazemos com o nosso protesto. Nós os vemos, assim como o papa e os
bispos, como "nossos irmãos". Não sabemos o que mais deve ser um
"coirmão". Um é o nosso Mestre – mas somos todos irmãos. "E irmãs" –
se deveria dizer, no entanto, entre os cristãs e cristãos.

É por isso que queremos nos levantar, é isso que queremos que
aconteça, é por isso que queremos rezar. Amém.

Domingo da Trindade, 19 de junho de 2011

fonte: www.pfarrer-initiative.at

tradução de Moisés Sbardelotto.

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